A razão judicativa

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• António Marques

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• Philosophie

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As três últimas décadas do século XX assistiram a um ressurgimento intenso e, até certo ponto, surpreendente da filosofia de Kant, não apenas no terreno mais estritamente académico, em áreas tão diferentes como a filosofa moral e política, a epistemologia ou a estética. Kant irrompeu também no espaço público, a propósito de temas como a paz entre nações, o relativismo cultural versus universalismo dos valores ou as condições universais de comunicação. Não é possível falar de um neo-kantismo, pois, na imensa variedade de autores e obras, não é possível identificar uma estratégia coerente e sistemática. De qualquer modo, este regresso de um «modo de pensar kantiano», explícita ou implicitamente assumido, coloca-nos perante a questão de saber se será hoje possível reconstruir uma racionalidade kantiana, reconhecível como uma actividade basicamente judicativa que se exerce plenamente numa comunidade de sujeitos que desenvolvem a sua faculdade de julgar de forma crítica e reflexiva.António Marques é professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Publicou livros e ensaios, em Portugal e no estrangeiro, sobre história da filosofia e filosofia do conhecimento e da linguagem, havendo-se ocupado, sobretudo, de autores como Kant, Nietzsche e Wittgenstein.

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• Année de publication: 2004