Miguel Torga, reconnu comme l'un des plus grands écrivains portugais du XXe siècle, a exploré la noblesse de la condition humaine dans son œuvre étendue, englobant poésie, nouvelles, pièces de théâtre et journaux intimes. Ses écrits reflètent souvent une perspective agnostique, s'immisçant dans un monde où Dieu est absent ou est un créateur passif et indifférent. Torga s'est concentré sur la représentation de l'esprit humain dans un monde à la fois beau et impitoyable. Sa voix distinctive et ses profondes explorations thématiques rendent son œuvre singulièrement captivante.
Recognized for its cultural significance, this work contributes to the foundational knowledge of civilization. It is valued by scholars for its insights and relevance, making it an important text for understanding historical and societal contexts.
Uma das paixões de Miguel Torga é conhecer Portugal. Desde os tempos de Leiria, percorre o país de lés a lés, registando as paisagens, os monumentos, os modos de falar, os sabores do pão e do vinho, a feição das gentes. Em finais dos anos 40 viaja de automóvel com um amigo igualmente entusiasta, Fernando Valle Teixeira, cuja família tem casa na Quinta da Raposeira, em Lamego. As férias em Trás-os-Montes, a caça, as idas anuais às termas do Gerês são também meios de conhecer palmo a palmo, com «uma erudição adquirida pelos pés», os socalcos do Douro, a povoação mais remota, a capelinha românica abandonada, o castro em ruínas, as fragas mais altas da Calcedónia. Em 1950 publica o livro "Portugal", uma «invenção de Portugal» (na fórmula feliz de um crítico francês) que é a expressão dessa aprendizagem, dessa decifração e dessa compreensão da pátria.
(ver série Grandes Livros - BICHOS - Miguel Torga > http://ensina.rtp.pt/artigo/bichos-de... « "Bichos" de Miguel Torga é um universo desenhado em catorze contos, onde humanos e animais partilham características e também as vicissitudes da vida, colocando questões fundamentais sobre a sociedade e a própria existência. Este clássico da literatura portuguesa, foi publicado pela primeira vez em 1940. Cada um dos catorze contos tem uma personagem: um animal humanizado ou um humano que é quase animal e todos vivem em luta com a natureza, Deus ou consigo mesmo. Diferentes entre si nas suas particularidades, estes “bichos”, animais e humanos, estão todos na mesma “Arca de Noé”, a terra mãe, irmanados numa luta igual pela vida e pela liberdade. As suas histórias, apelam à interpretação porque representam dilemas muito humanos mas partilhados quer pelos homens quer pelos animais. O Homem é, neste livro, mais um bicho entre os outros e não ocupa um lugar privilegiado na criação. Para Miguel Torga, a evolução afastou o Homem da natureza, condenando-o à perdição e, viaja com “Bichos” em busca da sua essência selvagem, da pureza dos instintos, pondo em causa Deus, liberdade, sociedade e a relação do individuo com elas.[...] » ver mais at http://ensina.rtp.pt/artigo/bichos-de...