A gênese e a dinâmica de inúmeros dos antigos arraiais mineiros foi um processo deflagrado menos pela mineração que pela religião. Para compreender a fundo a dialética entre sagrado e proto-urbanização, o autor defronta-se com um complexo de problemas: da necessidade de revitalizar o debate teórico na história da religião brasileira à análise do sentido do habitus nômade, da lógica do catolicismo popular à classificação das distintas modalidades de produção e percepção do espaço na Minas Gerais dos séculos XVIII-XIX. Não obstante ser o fenômeno urbano um dos temas clássicos das ciências humanas, poucos estiveram atentos à importância do estudo dos nossos embriões de cidades. Este livro demonstra em que medida o arraial constitui um riquíssimo e ainda pouco explorado objeto de pesquisa.
